Arquivo do mês: maio 2014

Perigosa


Essa música me veio do nada hoje 😀

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Endometriose


“Há mais de 40 anos na área, doutor Koh é um cirurgião premiado e pioneiro em desenvolver algumas técnicas cirúrgicas de laparoscopia para endometriose avançada, criou o chamado “Sistema Koh para a histerectomia total por laparoscopia”, e técnicas de microcirurgias para reparar as trompas, retirar miomas. Idealizou também precisos aparelhos para a realização perfeita dessas técnicas, em especial, os para a realização da microcirurgia laparoscópica. É pioneiro também em desenvolver suturas laparoscópicas, e também, é conhecido por contribuir na formação de novos cirurgiões. 

Entrevista exclusiva concedida a Caroline Salazar
Tradução: Alexandre Vaz

A Endo e Eu : Como começou a sua história com a endometriose?

 

Dr. Koh: Quando comecei a exercer a profissão, no final da década de 1970, a prática era a cirurgia aberta (laparotomia). Os médicos achavam que se a mulher tivesse sofrido o suficiente, seria, então, removidos o útero e os ovários e o problema da endometrioses estaria resolvido. Se a dor não passasse, então, a mulher teria de ser tratada por um psiquiatra. Esse era o estilo em que a medicina era exercida. Minha formação foi em Singapura e em Londres, e depois fui para os Estados Unidos em 1978 ou 1979. Em meados da década de 1980 começou a ser usada a laparoscopia exploratória para tratamento. Mas, a grande revolução, eu tenho que atribuir ao doutor Redwine. Foi ele que falou que deveríamos remover a doença, e não o útero. Eu observei o que ele fazia, quando soube dele quis conhecê-lo, fui a outros lugares, e, a partir daí, comecei a usar a mesma técnica e também a inovar. E era muito gratificante assistir à cura. Quando a paciente acordava da anestesia e falava que a dor tinha sumido… Era fantástico e isso estava acontecendo com frequência. Nem todas as mulheres reportavam a mesma coisa, porque era outro tipo de dor, outro tipo de tratamento, mas cedo se tornou evidente que o tratamento da doença é cuidar da doença e não remover o órgão em que ela se encontra.

 

A Endo e Eu: Então, o senhor remove todos os focos, e as mulheres ficam curadas? O senhor não usa nenhum tipo de tratamento após a cirurgia?

 

Dr. Koh: Não, eu não uso nenhum tipo de remédio. Talvez se elas não estiverem preparadas para ter filhos eu posso perscrever a pílula anticoncepcional, mas apenas para esse efeito (contraceptivo), e não para tratar endometriose. Na época pensava-se que a pílula prevenia a recorrência da doença, mas algum tempo depois, eu mesmo já não acreditava mais nisso, e por esse motivo passei a não receitar nada.

 

A Endo e Eu: Existe alguma forma de a mulher prevenir a endometriose?

 

Dr. Koh: Sabemos que tem a ver com o sistema imunológico. A teoria é que os seus corpos são capazes de eliminar as formas mais ligeiras da endometriose. Isso é justificado porque alguns médicos acompanham as suas pacientes a intervalos regulares de 6 meses, e até cerca de 30% dos focos podem desaparecer. Não é comum acontecer, mas sabemos que até para casos de endometriose mais graves, o sistema imunitário é importante. Um dos químicos que parece favorecer a endometriose é a dioxina,usada em fertilizantesNa Bélgica é largamente usada e os índices de endometriose são muito elevados.  No geral, o conselho não é específico. Mantenha-se saudável e melhore o seu sistema imunológico: não fume, evite a poluição, mantenha uma alimetação saudável, faça atividades físicas…

 

A Endo e Eu: O senhor partilha da opinião do doutor Redwine de que a endometriose não provém da menstruação? A maioria dos especialistas ainda hoje apontam a menstruação retrógrada como a causa da endometriose. Qual a sua opinião sobre isso?

 

Dr. Koh: Sim, concordo. Baseado em uma observação: após a remoção completa de todos os focos, a doença não volta na mesma área. Mas pode surgir em outra área. Isso significa que tem algo mais do que apenas a menstruação. Se existe alguma participação da menstruação, é o da estimulação de algo que já existe, e que se tornará em endometriose. A menstruação afeta tanto a área excisada como as novas ocorrências de focos em outras áreas. Se eliminarmos a menstruação, a falta do estímulo criado por ela não faz com que a doença desapareça. Por isso, pode existir uma participação da menstruação, mas isso já é diferente  do que a teoria original (a de Sampson) afirma, em que a menstruação é sempre a causa e que para parar a doença basta remover o útero. Nós temos inumeros casos de mulheres que fizeram histerectomia e continuam sofrendo com a doença. No momento, a interpretação é que a doença é que nem erva daninha, precisa tirar uma a uma e na sua totalidade.

 

A Endo e Eu: Se a menstruação não causa a endometriose, então, por que temos mais dores durante este período, e por que as que têm endo no diafragma ou no pulmão, por exemplo, têm alguns dos sintomas só no período menstrual? Será por conta do estrogênio?

 

Dr. Koh: Na verdade todas as lesões são mais dolorosas durante o periodo mentrual. É essa a razão pela qual o útero dói durante a menstruação. Existem mulheres que têm na parede abdominal e a barriga incha. O que acontece, ao contrário da opinião do Dr. Redwine é o seguinte: Por que a mulher menstrua? A menstruação surge devido a alterações dos níveis hormonais. O estrôgeneo e a progesterona caem e o tecido do endométrio escama, seguido de sangramento. Mas com a endometriose, existe sangramento no interior da lesão. Por isso que é doloroso.

 

A Endo e Eu: A mídia e a maioria dos médicos falam da endometriose como sendo a doença da mulher moderna. Colocam a culpa na mulher por ela estar trabalhando for a de casa e adiando a maternidade. O que o senhor pensa sobre isso?

 

Dr. Koh: Eu acho que isso vem da forma como os médicos evoluem. Eles se tornaram a autoridade sobre o assunto, e quando não sabiam as respostas inventavam histórias. Esse “conhecimento” foi passado de geração em geração e essa figura autoritária ainda permeia os novos médicos porque o aprendiz se formou com o médico mais velho, que tinha essa atitude.

A grande diferença hoje é que as mulheres têm uma voz, seja na mídia tradicional, nas redes sociais ou nos blogs (como você, Caroline), e começam a questionar. Os médicos que não possuem as respostas e cabeça aberta são os que ficam muito defensivos. Aqueles que têm uma mentalidade mais aberta e estão dispostos a assumir que não dominam o assunto e não sabem como tratar, mas conhecem quem saiba, não terão uma atitude agressiva e nem colocarão a culpa nas mulheres.

 

A Endo e Eu: Em u ma de suas apresentações na jornada, o senhor falou que se não remover o endometrioma nunca vai saber se é maligno. Pode me falar da relação entre a endometriose e cancêr no ovário ou em outras areas do corpo?

 

Dr. Koh: Existe uma incidência crescente de um certo tipo de cancêr em mulheres com endometriose, designado por endocarcinoma. A sua presença pode ser nos intestinos ou nos ovários. No que respeita aos ovários, eu não diria que a endometriose leva ao cancêr, mas existe de fato uma incidência maior nesse grupo de mulheres. Se o médico observa uma lesão, ele deve removê-la. Isso também tem a ver com a qualidade do exame de imagem e do profissional que vai interpreter este exame. Cancêr e endometriose são ligeiramente diferentes no ultrassom. Por esse motivo, alguns médicos que são contra a cirurgia poderão achar que é endometriose e na verdade pode ser cancêr.

 

A Endo e Eu: Pode explicar quais são os tipos de focos que existem, as suas colorações e como os identificar corretamente?

 

Dr. Koh: Bom, a endometriose começa na superficie e é na superfície que o cirurgião vê quando opera. Por esse motivo é quase sempre possível identificar os focos. Quanto mais sabemos sobre o assunto, melhor a identificação do que por vezes é bem sutil. Por vezes parece apenas um aglomeramento de de vasos sanguíneos. Essa é a doença superficial. A doença profunda sempre tem um estigma. Ela se manifesta na superfície e o cirurgião vai indo cada vez mais fundo até limpar todo o foco. É muito raro a endometriose começar no interior de uma estrutura orgânica e não seja possível visualizá-la do exterior.

 

A Endo e Eu: E a cor? Tem que ver com o grau, a idade da lesão…

 

Dr. Koh: Sim. Nas jovens,  as lesões começam por ser translúcidas, elas não possuem coloração e não são muito grandes. Quando ela se torna mais prevalente, a cor muda para o vermelho, e depois, para o preto. A mulher mais velha tem mais lesões pretas que vermelhas, mas isso também depende de quão ativas essas lesões são. O sistema imunológico e a genética são fatores que influenciam a evolução dessas lesões. Para as mulheres mais jovens é preciso muita atenção. É nesse ponto que eu concordo com o doutor Redwine, tudo o que não pareça normal, deve ser considerado anômalo.

 

A Endo e Eu:  O senhor foi responsável por algumas invenções pioneiras na área da laparoscopia. Quais foram e como foi que chegou nessas pesquisas e intervenções?

 

Dr. Koh: No início, eu fazia microcirurgia para reparar trompas de falópio de mulheres que tinham feito esterelização. A forma de fazer isso é usando um microscópio e um corte. A ideia de fazer isso por laparoscopia me atraía muito, porque assim a paciente poderia voltar para casa no mesmo dia, em vez de ficar no hospital por 3 a 7 dias. No entanto, isso não era possível porque a sutura para unir a trompa é da dimensão de um cabelo. É muito pequena e, por isso, é necessário desenvolver instrumentos pequenos também. Esse foi o meu primeiro passo que consegui superar com êxito. Depois existem outras doenças em que a trompa está obstruída e precisa ser aberta, cirurgia de endometriose em que precisa reparar o ovário, e logo no início, achei fácil reparar tudo: bexiga, ureter, intestino, tudo. Isso foi o instrumento de microsutura. Obviamente que foi usado em outras coisas, quando é removido mioma, quando se faz uma histerectomia, é necessário fazer sutura. Acabei introduzindo uma versão maior, dessa vaze não para microcirurgia, mas para laparoscopia comum, e fico feliz de ver todo o mundo usando isso.

 

A Endo e Eu:  Qual o aparelho mais certeiro para poder fazer a excisão completa? Foi falado aqui que o laser não corta, apenas vaporiza…

 

Dr. Koh: O aparelho mais certeiro é a mão do médico, tem de saber fazer. E quando eu falo isso tem mais do que um significado. Existem várias formas de usar o mesmo aparelho ou técnica. Tem quem diga que a eletrocirurgia é bom, mas precisa saber como realizá-la. É que nem ter duas facas, uma afiada e outra sem gume. O bom cirurgião precisa manter a faca afiada. Quando se trata de eletrocirurgia, isso se consegue aumentando a potência, mas usando em impulsos curtos, nunca usar em contínuo. De forma análoga, com o laser e outras técnicas acontece a mesma coisa. Teoricamente, porque alguns lasers são muito finos, não causarão dano se usados com perícia, de contrário também terão os seus pontos negativos. Na minha opinião, a melhor ferramenta para o laser é uma faca bem afiada. Hoje em dia é possível fazer isso com qualquer coisa. Na eletrocirurgia podemos usar os eletrodos finos para fazer o corte de forma mais correta. Até agora não estou muito convencido a usar o laser. Já usei, é uma faca afiada conveniente, e eu asseguro de que a uso nas melhores condições, mas isso não é garantido se você (o médico) não souber como a usar.

 

A Endo e Eu:  Estima-se que são cerca de 6 milhões de portadoras no Brasil. O que o senhor recomenda ao governo brasileiro para ajudar a mudar essa estatística? A endometriose ainda não é reconhecida como doença social, de saúde pública, e é por isso que eu luto. Como deveria o governo agir em prol da saúde da mulher?

 

Dr. Koh:  Meu Deus, 6 milhões? Sei que alguns líderes de organizações de endometriose nos países europeus fizeram com que os parlamentos concordassem em classificar a endometriose como uma doença séria. Acho que depende de ativistas como você informar e educar o governo. Depende dos médicos que entendem a endometriose educar outros médicos. E também deve estar presente o poder disciplinar e regulador do governo. O governo deve falar para os médicos: “meus senhores, isso é endometriose. Essas são as suas características. Quando um de vós se deparar com um caso desses e não for capaz de resolver, encaminha para outro colega e não tenta fazer o que não sabe.” Definitivamente o que precisa acontecer é um esforço concertado de muitas frentes, e o governo pode ajudar.

A Endo e Eu:  E por que muitos médicos ainda falam que a gravidez e a menopausa curam a endometriose?  O que se pode fazer para tirar essa ignorância e melhorar?

 

Dr. Koh: Talvez no seu blog você possa cantar iss (risos). Experimente, tudo o resto falhou. Essa pergunta não é comum. Nos Estados Unidos, 90% dos ginecologistas são estúpidos. Além do trabalho que fazem, os ativistas deveriam ir também nas faculdades de medicina. Lá eles revêm constantemente os planos curriculares de atualização dos médicos, e é preciso que esse assunto passa a fazer parte do plano curricular. Os médicos são geralmente imunes, o que fazem não tem consequências. Se a paciente está viva, teve os ovários e o útero removidos, talvez, erradamente, isso não terá consequências para o médico. É preciso que tratamentos errados passem a ter consequências.

 

A Endo e Eu:  E a hereditariedade? A filha de uma portadora tem mais chance de ela mesma ser portadora?

 

Dr. Koh: Existe uma incidência ligeiramente maior, mas não muito maior. Acho que uns 7%. Por vezes,eu fico preocupado que possa existir uma relação entre a doença e uma pré-disposição psicológica. Eu vejo muitas jovens preocupadas e suas mães também. Ambas têm a doença mas também têm outros problemas. Eu não faria um alarmismo sobre essa questão. Existem mais probabilidades nesse caso, mas não quero que os médicos fiquem paranoicos.

 

A Endo e Eu:  O senhor treina cirurgiões. Qual é o segredo, como foi que começou e qual é o legado que gostaria de deixar?

 

Dr. Koh: Como eu comecei… Em primeiro lugar é preciso acreditar em uma filosofia radicalmente diferente. Nisso eu devo reconhecer o mérito do doutor Redwine pelo seu pensamento muito original e que faz muito sentido. Depois eu observei outros cirurgiões, vendo onde eles eram bons e onde não estavam se saindo tão bem, e eu tentava fazer melhor. Foi desse jeito que me desenvolvi e, uma grande lacuna, era que os cirurgiões não conseguiam suturar laparoscopicamente com muito sucesso. Isso se tornou um enorme desafio para mim. Mais tarde, o desafio passou a ser ensinar outros a fazer igual. Hoje eu consigo ensinar médicos a suturar em 2 horas. Claro que depois precisa praticar, mas eu sei que isso é verdade porque tenho uma estatística que comprova. Por isso, eu acho que meu legado será ser lembrado como alguém capaz de fazer sutura laparoscópica e ensinar.

 

A Endo e Eu: Para a mulher que é assintomática, e que tem pouquíssimos focos, aconselha a fazer excisão complete dos focos, ou enquanto não tiver sintomas, ou alguma progressão da doença, deixar assim sem mexer?

 

Dr. Koh: Bom, com poucas lesões a mulher não será diagnosticada a não ser que seja feita uma laparoscopia. Para justificar a laparoscopia será por a mulher não ser fértil, ou por estar com dor. De outra forma não é feita a laparoscopia. Aqui no Brasil vocês têm o ultrasom, uma ferramenta desenvolvida a um grau de precisão acima do que existe no resto do mundo. No entanto, ele diagnostica apenas a endometriose profunda, não as lesões pequenas e superficiais. Mas mesmo que haja o diagnostico de poucos focos ou mais profundos, numa paciente assintomática, não acho necessário fazer excisão nesses casos.

 

A Endo e Eu: O que o senhor achou dessa jornada, o que vai levar consigo para os Estados Unidos?

 

Dr. Koh:  Essa jornada foi cheia de energia. Demonstrou o que se faz em cirurgia de endometriose ao mais alto nível. Não apenas a um nível elevado, mas ao mais elevado nível.

Estou muito impressionado e é inspirador ver até que ponto se conseguem esticar os limites da cirurgia de endometriose através do laparoscopo, com benefício para a mulher e sem complicações. Considero que foi uma reunião maravilhosa, muitos parabéns à organização. Como balanço final, eu vi que o futuro da cirurgia da endometriose está aqui (no Brasil).

 

A Endo e Eu: Qual o conselho que o senhor dá para os seus alunos se tornarem bons cirurgiões de endometriose?

 

Dr. Koh: Para começar devem ter um forte conhecimento médico, o que significa que precisam estudar bastante. Não existem atalhos. Não se deve fazer algo apenas porque viu o outro médico fazendo. É necessário conhecer por completo a razão pela qual se executa um procedimento. Depois disso muita prática para aprender sutura e movimentação. Copiar o mestre até dominar a técnica, e por fim, melhorar o que aprendeu com ele.”

fonte: http://aendometrioseeeu.blogspot.com.br/2014/05/entrevista-exclusiva-com-o-medico-e.html

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Jack Prelutsky


Be glad your nose is on your face,
not pasted on some other place,
for if it were where it is not,
you might dislike your nose a lot.

Imagine if your precious nose
were sandwiched in between your toes,
that clearly would not be a treat,
for you’d be forced to smell your feet.

Your nose would be a source of dread
were it attached atop your head,
it soon would drive you to despair,
forever tickled by your hair.

Within your ear, your nose would be
an absolute catastrophe,
for when you were obliged to sneeze,
your brain would rattle from the breeze.

Your nose, instead, through thick and thin,
remains between your eyes and chin,
not pasted on some other place–
be glad your nose is on your face!

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KT Tunstall


I’m growing like a seed
Rain’s been falling on me
I’ve been covered in cold
I’ve been shrouded and downed
My heart is on a wire
Sailing pretty like a bird
But the hunter is out
And the eagle is hurt

The word that I
Feel, feel it all
Yes, I can feel
Feel it all

I’m looking to the sky
And I’ll be listening to the stars
And maybe thinking of you
And wondering where you are
Do you know what you’ve done for me?
You made my branches grow
Now they can play with the wind
And they can carry the snow

And they can feel
Feel it all
Yes, they can feel,
Feel it all

So take what you want
Leave what you don’t need
And I’ll go looking for you
You keep your eye out for me
‘cause our heart is on a wire
Sitting pretty like a bird
But the hunter is hunting
And the eagle is us

And we can feel
Feel it all
Yes, we can feel
Feel it all

Oh, we can feel
Feel it all
Oh, we can feel
Feel it all
Feel, feel
Feel it all
And we can
Feel, feel it all

Feel, feel
Feel it all
Oh, we can
Feel, feel
we can feel
feel it all
Feel, feel
Feel it all

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Tempo: Cada vez mais acelerado


Você tem a sensação de que o tempo está voando? Não é o único. Pesquisadores estão tentando entender como – e por que – tudo ficou tão rápido (boa parte da culpa pode ser daquele monte de badulaques hipervelozes de última geração)

por Sérgio Gwercman

Você deve demorar uns seis minutos para ler as 1 679 palavras desta reportagem. Um pouco mais, um pouco menos, dependendo do seu ritmo, mas estima-se que a velocidade de leitura de um adulto chegue a 350 palavras por minuto. Convenhamos, seis minutos não é muito – mal dá para lavar a louça do jantar. Mas procure na banca de jornais quantas revistas fazem reportagens de quatro páginas, como esta, ou de dez, como a capa da edição que está em suas mãos, e você verá que a Super ocupa um espaço cada vez menor – o das revistas de “leitura longa”. “Existe um consenso entre editores do mundo todo de que os leitores têm cada vez menos tempo – e paciência – para ler. Por isso, a solução é fazer revistas, jornais e livros cada vez mais acelerados”, diz o jornalista canadense Carl Honoré. Para ele, a proliferação da leitura rápida é um dos sintomas de uma epidemia que assola todas as sociedades industrializadas: o desejo de viver em velocidade.

Carl é uma espécie de porta-voz do “movimento pela lerdeza” – hábito que ele jura não ter adquirido quando viveu por seis meses nas tranqüilas praias brasileiras. Seu livro, Devagar (que sai em junho no Brasil), é best seller na Europa advogando que poderíamos viver melhor trocando lanchonetes por banquetes caseiros, fazendo longas horas de sexo e parando de dirigir como pilotos de Fórmula 1. Ironicamente, o trabalho só começou por causa da leitura rápida. “Estava no aeroporto e me interessei por um livro com histórias de ninar de um minuto”, diz Carl. “Percebi que estávamos indo longe demais”. Naquele momento ele decidiu escrever um livro pregando que você deve passar muito mais de um minuto lendo para o seu filho antes de ir dormir.

O tempo está se acelerando. Um dia continua tendo 24 horas, 1 hora vale 60 minutos e, aleluia, cada minuto ainda tem 60 segundos – nem tudo está perdido. Mas há uma sensação generalizada de que não conseguimos fazer tudo que queremos. Falta tempo. Pagamos fortunas por engenhocas tecnológicas que deveriam facilitar nossa vida e continuamos com uma pressa insaciável. Você já deve ter sentido os efeitos desse fenômeno. Lembra quando a internet surgiu? Da maravilha que era saber que trocaríamos mensagens instantâneas e teríamos a biblioteca de Harvard ao alcance, bastando um clique no mouse. Agora pense na última vez que você recebeu um arquivo eletrônico pesado. E dos segundos que esperou para abri-lo, amaldiçoando a velocidade do computador, do provedor, da placa multimídia e do modem. Esses incompetentes que nos obrigam a esperar insuportáveis segundos para baixar…um livro inteiro!

AS CAUSAS

Essa histeria provavelmente começou na revolução industrial, com máquinas que trabalhavam mais rápido que os homens. Muitas atividades rotineiras foram agilizadas. Entre elas, uma vital: a capacidade de deslocamento. Dos tempos de Julio César, no século 1 a.C, aos de Napoleão, no século 19 d.C, nossa velocidade de movimentação foi quase sempre a mesma: a que o cavalo permitisse. A invenção dos motores, colocados em trens, mudou tudo. E o impacto provocou a organização sólida do tempo. Os fusos horários ganharam importância – antes, era indiferente a alguém que levava semanas para atravessar os Estados Unidos se, ao chegar a seu destino, houvesse um desnível de algumas horas em relação ao ponto de partida. Com os trens, a vida cotidiana passou a conviver não só com a hora certa, mas com o minuto exato em que a composição sai da estação e os segundos que podem descarrilar vagões num desvio fechado.

A tecnologia então disparou a oferecer velocidade a quem quiser consumi-la. “Todo o desenvolvimento tecnológico tende a deixar os processos mais rápidos”, diz Edward Tenner, especialista em história da tecnologia da Universidade Princeton, nos Estados Unidos. Uma volta ao shopping mostra como essa pressão ocorre: é praticamente impossível encontrar um produto (de telefones celulares a espremedores de laranja) que seja mais lento que sua versão anterior.

O boom seguinte é mais recente. Aconteceu no final do século 20 e transfigurou nossa capacidade de nos comunicar. “A tecnologia e a internet provocaram uma revolução na troca e na quantidade de informações”, diz o jornalista James Gleick, autor de Acelerado, livro que debate causas e efeitos da velocidade. “Uma coisa acelera a outra e nos vemos num círculo vicioso aparentemente inquebrável: a tecnologia gera demanda por velocidade, que empurra o desenvolvimento de novas tecnologias que precisam ser mais rápidas” diz. Assim, logo estamos desesperados para ter o chip que aumenta a memória RAM de 128 para 256 megabytes – mesmo sem saber o que fazer com os poucos segundos que lucramos com a mudança (talvez chegar em casa mais cedo para ficar entediado, com “saudades do trabalho”). Antigamente, qualquer pessoa que colocasse uma carta no correio sabia que ela iria demorar semanas para chegar ao destinatário. E, acredite, o mundo e os escritórios funcionavam. Hoje, os serviços de entrega devem ser imediatos. Com a invenção dos motoboys, Fedex, DHL e Sedex é cada vez menos justificável fazer alguém esperar além das 10 horas da manhã seguinte.

O resultado dessa avidez para “ganhar” tempo é que estamos cada vez mais com a sensação de perdê-lo. Pesquisadores afirmam que uma pessoa hoje sente que ele passa mais rápido do que para alguém que viveu há cem anos. E dão até uma estimativa de quanto: de 1,08 vez, para quem tem 24 anos, a 7,69 vezes, para quem tem 62 anos – a diferença seria causada pelo período de exposição à vida em alta velocidade. James Tien e James Burnes, professores de matemática aplicada do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, chegaram à essa conclusão analisando o crescimento das estatísticas de produtividade e emissão de patentes em 1897 e 1997 – os índices foram escolhidos por serem indicativos de desenvolvimento tecnológico e também por estarem entre os poucos com dados centenários confiáveis.

Há também uma explicação bioquímica para nossa percepção do ritmo em que horas e dias passam. À medida que envelhecemos, acredita-se, cai a produção cerebral de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de energia e disposição. Esse processo pode desacelerar nosso relógio biológico. Uma experiência apresentada pelo neurocientista americano Peter Mangan mostrou como isso ocorre. Ele dividiu voluntários em três grupos etários que deveriam lhe avisar quando 60 segundos houvessem passado. Os jovens levavam, em média, 54 segundos. Os mais velhos, 67 segundos. Ou seja, os idosos eram surpreendidos pela informação de que um minuto inteiro transcorrera antes que eles se dessem conta. Isso explicaria, por exemplo, por que avós reclamam que “o ano passou rápido e já é Natal novamente” enquanto as crianças sofrem com a longa e demorada espera pela chegada dos presentes.

OS EFEITOS

Pressa. Ansiedade. E a sensação de que nunca é possível fazer tudo – além da certeza de que sua vida está passando rápido demais. Essas são as principais conseqüências de vivermos num mundo em que para tudo vale a regra do “quanto mais rápido, melhor”. Psiquiatras já discutem a existência de um distúrbio conhecido como “doença da pressa”, cujos sintomas seriam a alta ansiedade, dificuldade para relaxar e, em casos mais graves, problemas de saúde e de relacionamento. “Para nós, ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo”, afirma Carl Honoré. “É um equívoco. A resposta desse dilema é qualidade, não quantidade.”

Para especialistas como James Gleick, Carl está lutando uma batalha invencível. “A aceleração é uma escolha que fizemos. Somos como crianças descendo uma ladeira de skate. Gostamos da brincadeira, queremos mais velocidade”, diz. O problema é que nem tudo ao nosso redor consegue atender à demanda. Os carros podem estar mais rápidos, mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos congestionamentos. Semáforos vermelhos continuam testando nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada quarteirão. Mais sorte têm os pedestres, que podem apertar o botão que aciona o sinal verde – uma ótima opção para despejar a ansiedade, mas com efeito muitas vezes nulo. Em Nova York, esses sistemas estão desligados desde a década de 1980. Mesmo assim, milhares de pessoas o utilizam diariamente na esperança de reduzir seu minuto de espera.

É um exemplo do que especialistas chamam de “botões de aceleração”. Na teoria, deixam as coisas mais rápidas. Na prática, servem para ser apertados e só. Confesse: que raios fazemos com os dois segundos, no máximo, que economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a porta do elevador? E quem disse que apertá-la, duas, quatro, dez vezes vai melhorar a eficiência? “É um placebo, sem outra função que distrair os passageiros para quem dez segundos parecem uma eternidade”, escreve Gleick. Elevadores, aliás, são ícones da pressa em tempos velozes. Os primeiros modelos se moviam a vinte centímetros por segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze metros por segundo. E, mesmo acelerando, estão entre os maiores focos de impaciência. Engenheiros são obrigados a desenvolver sistemas para conter nossa irritação, como luzes ou alarmes que antecipam a chegada do elevador e cuja única função é aplacar a ansiedade da espera.

Até onde isso vai? Um dos fatores que podem frear a corrida pela velocidade é o poder de consumo. “Hoje trocamos de computador a cada dois anos. Logo vai ser a cada seis meses. E depois? Não acredito que vamos comprar um computador novo por dia”, diz James Tien, do Instituto Rensselaer. A dúvida é saber se o que vai mudar é a velocidade com que novos produtos são colocados à venda ou o sistema de consumo, que se reinventará mais rápido ainda.

Neste caso, talvez a única solução será aderir à “batalha invencível” do movimento pela lerdeza. Entre as atividades propostas pelo movimento estão a organização de banquetes que demoram horas (um contraponto aos fast-foods) e propostas de mudanças profundas nas atitudes do dia-a-dia – para eles, chamar alguém de tartaruga é elogio. Essas pessoas também rejeitam os filmes de Hollywood cheios de ação e cortes rápidos e adoram livros grossos. Se bem que, como leitor da Super, talvez você já seja fã de textos longos, que nada têm de apressadinhos. Quer dizer, se é que você ainda está aí.

5 erros da vida acelerada…

• Prejudicar as relações com a família, namorados e amigos por estar muito apressado ou distraído para se envolver profundamente com outras pessoas

• Engordar ao comer (rápido) alimentos processados e altamente calóricos

• Ter idéias pouco criativas por dar à mente poucas chances de funcionar num modo mais suave, característico de quando relaxamos

• Deixar de ter prazer com a comida, sexo e hobbies por realizar atividades rápido demais

• Correr demais com as tarefas profissionais até cometer erros

 

…E 5 dicas para viver devagar

• Diariamente, separe tempo para desligar toda a tecnologia que nos cerca – internet, celulares, televisão. Aproveite para sentar sozinho com seus pensamentos

• Observe sua velocidade durante o dia. Por força do hábito fazemos algumas coisas mais rápido do que precisamos

• Deixe buracos na agenda e não preencha todos os momentos do dia com atividades. Resista à tentação de fazer mais e mais e tente fazer menos

• Faça refeições na mesa me vez de ter um prato balançando sobre as pernas em frente à televisão

• Encontre um hobby que desacelere sua rotina, como pintar, caminhar ou fazer iôga

 

Para saber mais

Na livraria:

Acelerado – James Gleick, Campus, 2000

Dez Considerações Sobre o Tempo – Bodil Jonson, José Olympio, 2004

Na internet:

http://www.inpraiseofslow.com

http://super.abril.com.br/cotidiano/tempo-cada-vez-mais-acelerado-445560.shtml

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Da série: telefone


“…aí eu perdi a paciência e comecei a me exaltar…acho que eu cheguei a chamá-lo de frouxo…não, frouxo não, acho que foi panaca…”

Ai, ai, como as mães são sutis às vezes 😛

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