Arquivo do dia: 27 de fevereiro de 2013
Paisagem bonita:
Vantagens da TPM
O termo tensão pré-menstrual não significa absolutamente nada para mulheres que não padecem disso. Já ouvi a frase “Não sei o que é cólica, não sei o que isso significa, nunca tive cólica, nem por causa de gases, muito menos menstrual”. Para os homens, vai saber o que significa…se depender dos comentários que ouvi até hoje, significa “frescura” ou, pior, “invenção” da cabeça da mulherada. Também há quem pense que TPM de fato existe, mas que “ah, você está exagerando, imagina, nem é tudo isso…”. Seja como for, a TPM está sempre associada a adjetivos negativos – cólicas abdominais, dores pelo corpo afora (joelhos, seios, costas, rins…), dores de cabeça, desconforto, sensação de que você se transformou num balão *rs* , ataques de choro sentimental ou ódio mortal – ; por isso, falar em vantagens da TPM pode soar absurdo, senão irônico. Mas é verdade, eu vejo SIM vantagens, não estou brincando!
Antes de começar a listá-las, quero apenas completar com uma observação: mais de uma pessoa (inclusive minha mãe) já me disse que sou uma companhia agradável, mas que na TPM me transformo completamente e viro quase outra pessoa (no sentido de personalidade, claro! – que apesar do inchaço absurdo e outros sintomas físicos, ninguém se metamorfoseia, fisicamente falando, durante esse período, uma pena :P).
Sinceramente? Discordo. Sim, os hormônios comandam, é inegável, e sim, as dores excruciantes deixam qualquer um de péssimo humor – tudo irrita quem já irritado está, e tudo dói mais em quem já tem dor mais que suficiente! Quando se sai do controle, o descontrole é total e absoluto, irrefreável. Entretanto, acho que a TPM não cria nada – ela não traz à tona agressividade numa pessoa que não possui absolutamente nenhum traço dessa característica. A TPM não cria problemas, os problemas que explodem durante esse período (que para mim dura 2 semanas, ou seja, metade do mês, ou seja, metade da minha vida fértil!) não são criação fantasiosa, obra-prima de hormônios *rs* Se não houvesse problemas, não haveria do que reclamar. Portanto, é mais o caso de exacerbar o previamente existente do que outra coisa…e não se trata só da agudização de tudo (sobretudo dos problemas, dã!!), mas também da derrocada das barreiras de (auto)censura.
Assim como a TPM varia de mulher para mulher (tanto em termos de sintomas quanto em termos de duração e intensidade deles), imagino que as vantagens que vejo graças a este fenômeno, também devem ser diferentes para cada uma. Apesar das possíveis divergências, listo aqui as que ocorrem comigo com mais frequência:
– ter a oportunidade de falar (ou gritar, que seja) as verdades que vc. não teria coragem de falar (pelo menos não do jeito que você gostaria de falar, e fala!, durante a TPM), graças à extrema agressividade do período. Tendo em mente que a coisa toda pode degringolar e partir da agressão verbal e psicológica para a franca agressão física. É libertador. Só quem já fez sabe 😉
– livrar-se de pessoas inconvenientes (coisa que vc., por educação ou tato ou em nome do passado ou por alguma espécie de convenção social, jamais consideraria fazer) – e quando falo em livrar-se de pessoas inconvenientes, digo tanto em termos momentâneos (ex: alguma visita inesperada chegou à sua casa bem no momento em que você está saindo) quanto em termos permanentes (aquela sua “amiga” grude e/ou pentelha e/ou interesseira e/ou que não tem nada em comum com vc., e que vc. nunca mais quer ter que aturar) – dá para ver que isso aqui é complemento do item acima, certo?
– comer irrefreadamente – doces ou salgados, ou ambos! Ah, e massas também. E pães também. E churrasco. E tudo o que aparecer na sua frente e der vontade de comer – não, cenoura ou tomate nunca entram nessa lista! – sem se importar com absolutamente nada. Peso? O que é isto?? Colesterol?? Hein?!? Morro agora mas morro satisfeita, de boca cheia, literalmente.
– chilicar à vontade, a respeito de toda e qualquer coisa, da mais banal à mais séria (todas te irritam, lembra?), com conhecidos, semi-conhecidos ou completos desconhecidos, sem medo de magoar ou destruir alguém – de novo, o botão do foda-se continua ligadaço! (vide itens 1 e 2 aí em cima)
– poder ficar sozinha sem encheção de saco de nenhuma espécie (porque nem você quer ninguém por perto, e ninguém te quer por perto) – e dá-lhe cantoria desafinada junto com suas músicas favoritas, murros no travesseiro ou na parede, moletom o dia inteiro (e a noite inteira, e o dia seguinte inteiro também – note a não-troca-de-roupa-nem-banho-nem-pentear-o-cabelo-porque-o-foda-se-continua-ON!)
– poder não atender o telefone – ou a campainha (vide item anterior). E não se importar em não ter atendido.
– poder não estudar, não trabalhar nem fazer porra nenhuma a não ser as atividades supracitadas, complementadas pelo tomar de chazinhos quentes, o deitar-com-bolsa-de-água-quente e o rolar-de-dor-na-cama – e, quando houver condições, comer, claro, sempre!!!
– poder não fazer porra nenhuma *E* não sentir peso na consciência (lembra do botão do foda-se? então…)
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